Tecnologias alternativas: Bloco de Terra Comprimida

Conheça os tijolos ecológicos da Ocupação Solano Trindade 

 

Tijolo por tijolo:
a escolha pelo BTC

 

Durante o ciclo de formação realizado pelo Catálise em 2016 (ver: A criação coletiva de um projeto de moradia) foram realizadas atividades “mão-na-massa” para a experimentação de algumas tecnologias alternativas de construção, como o Bloco de Terra Comprimida (BTC), a Alvenaria Armada e a Taipa de Pilão.

As tecnologias foram experimentadas pensando na ampliação das capacidades de trabalho do coletivo de moradores e na possibilidade de geração de trabalho e renda, a partir da comercialização de elementos construtivos no futuro. Optou-se inicialmente pelo BTC para a construção das paredes internas das primeiras doze casas a serem construídas na Ocupação Solano Trindade (ver: A requalificação coletiva de um edifício para doze moradias)

Os blocos para a construção das paredes internas das moradias foram produzidos com terra extraída do próprio terreno durante a escavação para a implantação das Bacias de Evapotranspiração e demais sistemas de tratamento de esgoto (ver: Tecnologias alternativas: Saneamento Ecológico)

 

 

"As tecnologias foram experimentadas pensando na possibilidade de geração de trabalho e renda (...)"

Bloco de Terra Comprimida
// o que é

Opção pelo Bloco de Terra Comprimida (BTC) como técnica construtiva para a produção de moradias na Ocupação Solano Trindade

// como foi viabilizado

Recursos de Emenda Parlamentar (Dep. Chico Alencar / Psol) destinados ao projeto de extensão “Educação e Cidade, a construção coletiva de um bairro popular” e fundo próprio das famílias.

// quem participou

MNLM, Soltec, LEAU, Abricó, Catálise

// projetos relacionados

A oficina
de paredes

 

 

A primeira oficina de formação para “subir as paredes” usando BTC foi realizada em março de 2020. As oficinas são um espaço fundamental de formação de todos os envolvidos no processo. Por conta das dificuldades decorrentes da pandemia, essa frente de trabalho acabou por ser iniciada apenas nos últimos meses de 2020.

Durante a pandemia, alguns grupos da UFRJ apoiaram a organização das atividades no canteiro de forma remota e dedicaram-se a desenvolver, em conjunto com os moradores, algumas ferramentas para facilitar o processo de construção. Dentre estas, destacamos um manual constrututivo de BTC e o gabarito de metalon para alvenaria de BTC, resultado da ideia de um dos integrantes da equipe da obra em diálogo com os estudantes extensionistas.

As paredes da primeira moradia foram concluídas no início de 2021. O processo foi longo e enfrentou uma série de dificuldades. Umas das características do BTC é permitir que as instalações hidráulicas sejam feitas por dentro do bloco, o que acarretou na necessidade de realização dessas duas etapas de forma simultânea.

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“Nós mulheres começamos chamando os tijolos de bebezinhos, a gente dava um beijinho em cada um que saía da
prensa. Aí com isso virou o berçário, depois eles vão para creche quando estão mais independentes.”

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O protagonismo
das mulheres

 

 

 

Antes de dar início à produção dos blocos na Ocupação Solano Trindade, foi realizado um curso de formação em São Paulo, na sede da Olaria Ecológica Escola da VimaqPrensas, empresa fornecedora da prensa manual adquirida pelo MNLM-DC-RJ.

Foi decidido coletivamente entre as estudantes extensionistas e a equipe de obra que as vagas do curso seriam preenchidas, preferencialmente, por mulheres. Essa opção foi motivada pela busca de paridade de gênero nas dinâmicas do canteiro, que era muito marcado por uma divisão sexual do trabalho. Participaram do curso as mulheres integrantes da equipe de obra e as estudantes da UFRJ.

Por isso, desde o início o processo de produção dos blocos ficou bastante concentrado nas três mulheres integrantes da equipe obra.O protagonismo das mulheres nessa frente de trabalho influenciou algumas dinâmicas do processo de organização da produção e do canteiro.

 

 

A produção dos blocos iniciou-se em meados de 2019 e se estende ainda hoje. O local onde foi instalada a prensa e onde são armazenados os tijolos foi batizado de berçário, pois nos primeiros dias os blocos devem ser molhados em intervalos regulares.

O nome do espaço, dado pelo coletivo de mulheres, é símbolo do cuidado e do trabalho reprodutivo protagonizado por elas na Ocupação Solano Trindade.

 

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